JURAMENTO CONTRA O MODERNISMO
S. Pio X
Eu, ______________, firmemente
abraço e aceito cada uma e todas as definições feitas e declaradas pela
autoridade inerrante da Igreja, especialmente estas verdades principais que
são diretamente opostas aos erros deste dia.
Antes de mais nada eu professo
que Deus, a origem e fim de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza
pela luz natural da razão a partir do mundo criado (Cf Rom. 1,90), ou seja,
dos trabalhos visíveis da Criação, como uma causa a partir de seus efeitos,
e que, portanto, Sua existência também pode ser demonstrada.
Segundo: eu aceito e reconheço
as provas exteriores da revelação, ou seja, os atos divinos e especialmente
os milagres e profecias como os sinais mais seguros da origem divina da
Religião cristã e considero estas mesmas provas bem adaptadas à compreensão
de todas as eras e de todos os homens, até mesmo os de agora.
Terceiro, eu acredito com fé
igualmente firme que a Igreja, Guardiã e mestra da Palavra Revelada, foi
instituída pessoalmente pelo Cristo histórico e real quando Ele viveu entre
nós, e que a Igreja foi construída sobre Pedro, o príncipe da hierarquia
apostólica, e seus sucessores pela duração dos tempos.
Quarto: eu sinceramente
mantenho que a Doutrina da Fé nos foi trazida desde os Apóstolos pelos
Padres ortodoxos com exatamente o mesmo significado e sempre com o mesmo
propósito. Assim sendo, eu rejeito inteiramente a falsa representação
herética de que os dogmas evoluem e se modificam de um significado para
outro diferente do que a Igreja antes manteve. Condeno também todo erro
segundo o qual, no lugar do divino Depósito que foi confiado à esposa de
Cristo para que ela o guardasse, há apenas uma invenção filosófica ou
produto de consciência humana que foi gradualmente desenvolvida pelo esforço
humano e continuará a se desenvolver indefinidamente.
Quinto: eu mantenho com certeza
e confesso sinceramente que a Fé não é um sentimento cego de religião que se
alevanta das profundezas do subconsciente pelo impulso do coração e pela
moção da vontade treinada para a moralidade, mas um genuíno assentimento da
inteligência com a Verdade recebida oralmente de uma fonte externa. Por este
assentimento, devido à autoridade do Deus supremamente verdadeiro,
acreditamos ser Verdade o que foi revelado e atestado por um Deus pessoal,
nosso Criador e Senhor.
Além disso, com a devida
reverência, eu me submeto e adiro com todo o meu coração às condenações,
declarações e todas as proibições contidas na encíclica Pascendi e no
decreto Lamentabili, especialmente as que dizem respeito ao que é conhecido
como a história dos dogmas.
Também rejeito o erro daqueles
que dizem que a Fé mantida pela Igreja pode contradizer a história, e que os
dogmas católicos, no sentido em que são agora entendidos, são
irreconciliáveis com uma visão mais realista das origens da Religião cristã.
Também condeno e rejeito a
opinião dos que dizem que um cristão erudito assume uma dupla personalidade
- a de um crente e ao mesmo tempo a de um historiador, como se fosse
permissível a um historiador manter coisas que contradizem a Fé do crente,
ou estabelecer premissas que, desde que não haja negação direta dos dogmas,
levariam à conclusão de que os dogmas são falsos ou duvidosos.
Do mesmo modo, eu rejeito o
método de julgar e interpretar a Sagrada Escritura que, afastando-se da
Tradição da Igreja, da analogia da Fé e das normas da Sé Apostólica, abraça
as falsas representações dos racionalistas e sem prudência ou restrição
adota a crítica textual como norma única e suprema.
Além disso, eu rejeito a
opinião dos que mantém que um professor ensinando ou escrevendo sobre um
assunto histórico-teológico deve antes colocar de lado qualquer opinião
preconcebida sobre a origem sobrenatural da Tradição católica ou a promessa
divina de ajudar a preservar para sempre toda a Verdade Revelada; e que ele
deveria então interpretar os escritos dos Padres apenas por princípios
científicos, excluindo toda autoridade sagrada, e com a mesma liberdade de
julgamento que é comum na investigação de todos os documentos históricos
profanos.
Finalmente, declaro que sou
completamente oposto ao erro dos modernistas, que mantém nada haver de
divino na Tradição sagrada; ou, o que é muito pior, dizer que há, mas em um
sentido panteísta, com o resultado de nada restar a não ser este fato
simples - a colocar no mesmo plano com os fatos comuns da história - o fato,
precisamente, de que um grupo de homens, por seu próprio trabalho, talento e
qualidades continuaram ao longo dos tempos subsequentes uma escola iniciada
por Cristo e por Seus Apóstolos.
Prometo que manterei todos
estes artigos fielmente, inteiramente e sinceramente e os guardarei
invioladas, sem me desviar em nenhuma maneira por palavras ou por escrito.
Isto eu prometo, assim eu juro, para isso Deus me ajude, e os Santos
Evangelhos de Deus que agora toco com minha mão.